quinta-feira, 31 de março de 2011

Desde a semana passada, no meu trabalho, temos vivenciado momentos de tristeza, preocupação e preces.A mãe de uma colega precisou ser internada e logo submetida a uma cirurgia. O resultado não foi nada bom e seu quadro foi se agravando a cada hora que se passava... apesar de não podermos estar lá junto a ela nesse momento difícil, do qual ninguém escapa, ficamos do outro lado torcendo e orando para que tudo desse certo.
Lembranças tristes me ocorreram ...
Hoje após sair do trabalho, já chegando a casa, a prima dessa colega de trabalho me ligou comunicando o falecimento dessa senhora.
Aprendemos tanta coisa nessa vida,  a ganhar, a perder, mas aceitar a morte, ah! Poucos tem essa capacidade!
Sensação estranha essa!
E quando começo a pensar nisso, logo me vem esse poema de Pedro Bial que descreve de uma  forma tão verdadeira e bonita esse sentimento "estranho". 
Ganhe um pouquinho do seu tempo e o leia.
Você vai concordar comigo! 

Bjus 





MORTE (Pedro Bial)

"A morte, por si só, é uma piada pronta.



Morrer é ridículo.

Você combinou de jantar com a namorada,

está em pleno tratamento dentário, tem planos pra semana que vem,

precisa autenticar um documento em cartório, colocar gasolina no

carro e no meio da tarde morre. Como assim?

E os e-mails que você ainda não abriu, o livro que ficou pela metade, o telefonema que você prometeu dar à tardinha para um cliente?

Não sei de onde tiraram esta idéia:

MORRER!!!

A troco de quê? Você passou mais de 10 anos da sua vida dentro de um colégio

estudando fórmulas químicas que não serviriam pra nada, mas se manteve

lá, fez as provas, foi em frente. Praticou muita educação física,

quase perdeu o fôlego, mas não desistiu. Passou madrugadas sem dormir para

estudar pro vestibular mesmo sem ter certeza do que gostaria de fazer

da vida, cheio de dúvidas quanto à profissão escolhida, mas era hora

de decidir, então decidiu, e mais uma vez foi em frente...

De uma hora pra outra, tudo isso termina numa colisão na freeway,

numa artéria entupida, num disparo feito por um delinqüente que

gostou do seu tênis.

Qual é?

Morrer é um chiste.

Obriga você a sair no melhor da festa sem se despedir de ninguém,

sem ter dançado com a garota mais linda,

sem ter tido tempo de ouvir outra vez sua música preferida.

Você deixou em casa suas camisas penduradas nos cabides, sua

toalha úmida no varal, e

penduradas também algumas contas.

Os outros vão ser obrigados a arrumar suas tralhas, a mexer nas

 suas gavetas,

a apagar as pistas que você deixou durante uma vida inteira.

Logo você, que sempre dizia: das minhas coisas cuido eu.

Que pegadinha macabra: você sai sem tomar café e talvez não

almoce,

caminha por uma rua e talvez não chegue na próxima esquina,

começa a falar e talvez não conclua o que pretende dizer.

Não faz exames médicos, fuma dois maços por dia, bebe de tudo,

curte

costelas gordas e mulheres magras e morre num sábado de manhã.

Isso é para ser levado a sério? Tendo mais de cem anos de idade, vá

lá, o

sono eterno pode ser bem-vindo. Já não há mesmo muito a fazer, o

corpo não

acompanha a mente, e a mente também já rateia, sem falar que há

 quase

nada guardado nas gavetas.

Ok, hora de descansar em paz.

Mas antes de viver tudo? Morrer cedo é uma transgressão,

desfaz a ordem natural das coisas. Morrer é um exagero.

E, como se sabe, o exagero é a matéria-prima das piadas. Só que esta não tem graça.

Por isso viva tudo que há para viver.

Não se apegue as coisas pequenas e inúteis da Vida... Perdoe... Sempre!!!"

Adiar...Adiar...Adiar...Será sempre o melhor dos caminhos?


"Nunca soube o que fazer

com os espaços que ficam

depois que alguém vai embora.

Uma dúvida insiste

e de tanto, o meu tentar desiste

de trocar a ausência

por qualquer coisa que fira menos:

nada para repor

nada para suprir

nada que realmente comportasse

o encanto de algo que ficou

para trás."
Desconheço o autor






terça-feira, 8 de março de 2011

8 DE MARÇO - DIA INTERNACIONAL DA MULHER




Milhares de velas podem ser acesas a partir de uma única vela e a sua vida [da vela] não será diminuída por isso. De forma análoga, a felicidade também nunca diminui ao ser dividida e espalhada." (atribuída a Buda)

A todas nós mulheres, que seguindo a "lei da sobrevivência das espécies", resistimos  a qualquer tipo de preconceito e nós reafirmamos todos os anos nessa data intitulada "dia internacional da mulher", meus parabéns!!!!
Só os mais fortes sobrevivem!!!

segunda-feira, 7 de março de 2011

CARNAVAL - FESTA DE TODOS?

Essa semana numa das escolas em que trabalho, todas as atividades foram voltadas para o carnaval.Tanto as atividades artísticas e escritas, como tb o trabalho de conscientização do que realmente seja e até quando vem merecendo ser o carnaval intitulado "a maior festa popular do Brasil". Tentamos através de conversas informais mostrar os antigos carnavais, desde as famosas marchinhas, as máscaras, as fantasias, os Bailes de salões, os blocos de ruas, os bois pintadinhos, enfim, aquele carnaval puro, sem violência, onde a única disputa era a de se divertir mais que o outro.
Boas lembranças me vieram e resgatar isso dentro do ambiente escolar foi muito gratificante.
Tivemos até um barracão improvisado na sala da animação cultural!
Brincar com nossas  fantasias e mexer com a dos alunos foi muito gostoso!
Abaixo postarei algumas fotos desse evento e logo depois o trecho de uma matéria de Arnaldo Jabor  intitulado "O CARNAVAL É NOSSA LOUCURA SADIA!"


Arnaldo Jabor -O carnaval é nossa loucura sadia



“Mesmo descaracterizada, a folia ainda nos salva

Não é a primeira vez que digo que o carnaval virou um tema para o mercado, para as empresas, para os pacotes turísticos; o carnaval virou um produto. Eu tenho saudades da inocência perdida do passado. Lembro das marchinhas toscas que começavam a tocar nos rádios por volta de dezembro, lembro das fantasias bobas — legionários, piratas, caubóis — influenciadas pelos filmes americanos, lembro das escolas de samba a pé na Avenida Presidente Vargas, um bando de índios de bigode e penas de espanador, pintados de preto, seguidos pelas gordas baianas cobertas de balangandãs, a multidão olhando, apanhando dos cassetetes da PE, a temida Polícia Especial de boinas vermelhas e Harley-Davidsons. Os PEs baixavam o cacete nos populares, mas mesmo assim eram amados pelos espancados, que neles viam leais e heróicos homens da lei. Dóime ver a virtualização do carnaval de hoje, no Rio. O carnaval oficial virou uma festa para voyeurs, turistas inclusive brasileiros na TV e arquibancadas, turistas de si mesmos. Hoje o carnaval chega pronto. Antes, era uma revelação; hoje ele esconde qualquer coisa. Falta um minimalismo poético nos desfiles de luxo.

O carnaval foi deixando de ser dos foliões para ser um espetáculo para os outros; deixou de ser vivido para ser olhado. O carnaval virou uma ostensiva competição de euforia, uma horda de exibicionismos sexuais, uma suruba iminente sem o sensual perfume do passado.

Carnaval sempre foi sexo — tudo bem — mas, antes, havia uma doce inibição no ar, havia a suave caretice, uma moralidade mínima, havia cortesia, havia clima de amor nos bailes e não a desbragada orgia sem limites. Hoje, há algo de decadência, de compulsivo, uma alegria obrigatória. Hoje há os corpos malhados, excessivamente nus, montanhas de bundas competindo em falsa liberdade, pois ninguém tem tanta tesão assim, ninguém é tão livre assim. Falta a celulite, falta o mau jeito, falta o medo, a ingenuidade, o romantismo, falta Braguinha, falta Lamartine Babo, falta Mario Lago.”

Não deixemos que a inocência se perca no passado...
Como educadores que somos temos a "obrigação " de acreditar SEMPRE, que mesmo que se faça necessário um retorno ao passado parar resgatar as boas coisas que o tempo tenta apagar, nós assim o faremos"
Beijos, beijos, beijos