segunda-feira, 5 de abril de 2010

POEMA DO AMIGO APRENDIZ




Quero ser o teu amigo.

Nem demais e nem de menos.

Nem tão longe e nem tão perto.

Na medida mais precisa que eu puder.

Mas amar-te sem medida e ficar na tua vida,

Da maneira mais discreta que eu souber.

Sem tirar-te a liberdade, sem jamais te sufocar.

Sem forçar tua vontade.

Sem falar, quando fôr de calar.

E sem calar, quando fôr hora de falar.

Nem ausente e nem presente por demais.

Simplesmente, calmamente, ser-te paz.

É bonito ser amigo, mas confesso é tão difícil aprender!

E por isso eu te suplico paciência.

Vou encher este teu rosto de lembranças.

Dá-me tempo de acertar nossas distâncias...


Fernando Pessoa

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Muito bom que vc esteve aqui!
Beijos!